Nem Gent, nem Antuérpia, nem Bruges…
Num curto fim-de-semana de Novembro juntei-me a duas amigas que vivem na Bélgica e decidimos, em apenas um dia, percorrer alguns pontos de interesse do interior do país e desfrutar daquilo que a Bélgica tem de diferente para nos dar, à parte dos locais habitualmente preferidos pelos turistas.
E foi assim que partimos em direcção a Dinant, a cerca de 100 km de Bruxelas, no nosso Fiat Punto alugado. O trajecto estava desenhado por forma a que pudéssemos percorrer o mesmo ao longo do Rio Mosa permitindo apreciar a beleza da paisagem ao longo das suas margens.
Dinant é conhecida como o berço do Saxofone pois foi nesta localidade que nasceu Adolphe Sax, o seu criador. Não por isso de estranhar os inúmeros saxofones espalhados pela povoação. É uma bela localidade na qual é possível visitar a Citadela e a casa de Adolphe Sax. Por estarmos limitados de tempo não visitámos nenhum dos dois pontos. Assim, aproveitámos para tirar algumas fotos de ambas as margens e almoçar no restaurante “Le Cafe Leffe” mesmo à beira do rio.
A nossa passagem por Dinant acabou por ser curta pois o ponto mais ansiado do passeio era a visita às Grutas de Han, em Han-sur-Lesse, perto de Rochefort. Na chegada à localidade, comprámos o bilhete pelo valor de 17 euros e apanhámos o último comboio (às 16h00), único meio de acesso às grutas.

São cerca de 3 km de percurso no interior das grutas a uma profundidade de cerca de 100 metros. A visita tem a duração de cerca de 1h45m, tempo suficiente para apreciar os vários salões de “cortar a respiração” pela sua beleza e grandiosidade. Todo o percurso foi feito com acompanhamento de um guia (em francês), mas para nós, especialmente, falou em inglês o que tornou a visita muito mais personalizada.

As várias formações geradas pela deposição de carbonato de cálcio arrastado pela água ao longo de milhares de anos permitiram que algumas pudessem ser identificadas como o “Manneken Pis” ou a “Virgem Maria”. Mas também existe a “Estátua da Liberdade” ou a “Torre de Pisa”.
Quase no final do percurso pudemos assistir a um espectáculo de música e luz num dos maiores salões das grutas. Apenas como curiosidade, o guia referiu que até há cerca de 7 anos a saída da gruta era feita por barco, o que já não acontece hoje.
Parámos em Namur, no caminho de volta para Bruxelas. À semelhança de Dinant, a Citadela fica também no cimo da montanha. A vista é deslumbrante.

O centro da cidade tem inúmeros restaurantes e bares. Os preços são variáveis pois existem restaurantes mais e menos requintados. Optámos por comer a sugestão da época: Biche (o animal que conhecemos como a mãe do Bambi), no restaurante “La Taverne Alsacienne”. Era acompanhado de croquestes de batata e doce de framboesa e estava simplesmente divinal.
Chegámos a Bruxelas por volta das 23h00. Foram quase 13 horas de passeio e perto de 500km.
Um passeio que aconselho para quem já conhece as principais cidades: Bruxelas, Bruges, Gent e Antuérpia.