Uma prova mítica. Absolutamente fantástica, quer pela organização quer por todo o ambiente envolvente.
O ano passado participei no K20 e, este ano, decidi enfrentar o receio e ganhei coragem para cumprir o K35. Afinal, somos ou não mais fortes do que o que pensamos ser?
A prova iniciou-se às 10h00, em frente aos Paços do Concelho de Ferreira do Zêzere. Os primeiros 10 km foram cumpridos tranquilamente. Comecei a um ritmo mais baixo pois sabia de antemão que teria cerca de 1400m de desnível positivo pela frente e 35 km para gerir.

As dificuldades começaram a sentir-se, principalmente ao enfrentar a Ladeira Má e todas as outras que se lhe seguiriam. No entanto, após cada subida era maravilhoso contemplar uma das paisagens mais bonitas de Portugal. É também por isto que gosto do Trail Running. E não! Não há qualquer exagero nas minhas palavras. Não há dúvidas que são as paisagens do Zêzere que tornam este Trail um dos mais bonitos de Portugal.
Depois já de vários quilómetros e de achar que as subidas eram um autêntico inferno, eis que no topo da colina vi o Céu. E habitado! Lá era convidado a ficar ou a descer ao Inferno. Tratando-se de um desafio optei pela descida ao Inferno… e que Inferno! O piso estava seco e era mesmo preciso redobrar a atenção, pois se um pé entrasse em falso a queda seria grande.

Depois desta passagem, os pés já começavam a doer e o corpo a necessitar de descanso. Mas os desafios continuavam. E é isto que faz com que este Trail seja um dos meus favoritos.

As subidas/escaladas com ajuda de cordas e as passagens pelas levadas (zonas perigosas! mas fascinantes) fazem também parte da magia deste percurso.
Foi aos 32 km que recuperei todas as forças. Apesar de sentir que não iria terminar a prova em menos de 6 horas, este quilómetro marcava o alcançar de um recorde (acabara de superar os 31 km!). E foi com este pensamento e acompanhado de mais uns quantos companheiros de Trail que alcancei a meta em 6h31m.

Não serei um atleta profissional nem serei de todo um pró nestas provas. No entanto, adoro isto e para o ano regressarei para participar, novamente, no k35 pois tenho o objectivo de terminar a prova em menos tempo. Se for dos últimos, que se lixe! O que vale é participar. E melhor, chegar ao fim! E é tão bom e tão fascinante a aventura que se torna difícil descrevê-la.
Por último, não posso deixar de congratular a organização. Os trilhos estavam absolutamente bem marcados, com os quilómetros muito bem identificados e os abastecimentos recheados do necessário para repor os sais, açúcares e líquidos. De enaltecer a importância da meta instalada no pavilhão desportivo que torna a chegada dos atletas verdadeiramente apoteótica.
E o tempo ajudou muito. Obrigado ao São Pedro por se ter juntado à organização e ter tornado esta prova perfeita!
Apenas para curiosidade, aqui ficam os resultados da prova.
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